Entrevista – Revista OPEN: Dulce María, Sensualidade no sangue!

Dulce María quer fugir do estereótipo de mulher sensual, mas a naturalidade de seus movimentos, de seus gestos e o tom de sua voz, faz dela uma mulher completamente sexy, ainda que não lhe agrade.

É sempre sexy: enquanto conversa, na maneira como pega em seus cabelos, como ajeita sua blusa sobre o ombro ou quando desliza seus dedos sobre seu iPod para nos mostrar os grupos novos que têm escutado. Tudo feito de forma discreta, claramente não pretende ser sensual, mas quanto mais oculta, mais ela é.

Ela acredita que toda mulher tem seu lado sensual a ser explorado, que “a sensualidade está na segurança das pessoas  que se aceitam tal como são”. Mas é insistente e se recusa a ser vista como uma mulher que desperta desejos. Dulce María quer se consolidar na música e seus planos são claros. Continuará com sua preparação, já toca violão, mas quer aprender novos instrumentos, ganhar pouco a pouco a credibilidade necessária para se envolver não apenas na composição e performance, mas também na produção.

Seu primeiro CD solo, Extranjera, a trouxe um numeroso público feminino, mas sem dúvidas, sabe que os homens a olha com outros olhos.

Por quê seu primeiro CD se chama Extranjera?
Porque desde que comecei a escrever, a gravar músicas e a escolher o repertório, emocionalmente não tive ninguém, não tenho um porto seguro a onde chegar. Fisicamente, estou de avião à avião, de cidade em cidade e não me sinto estável em nengum lugar. E emocionamente não encontro uma pessoa com que eu possa ficar.

Você é muito exigente ou o que acontece?
Pois, em primeiro lugar, esta carreira é muito exigente. E tanto um relacionamento como uma carreira necessitam de tempo e energia, e nesse momento não tenho tempo nem para conhecer alguém. Viajo muito, sempre tenho trabalho e se já é complicado encontrar uma pessoa, encontrar alguém que aguente meu ritmo é ainda mais. Poucos se atrevem a me conhecer realmente como mulher, como pessoa.

Quais são os requisitos para te conquistar?
Deve ser uma pessoa admirável, e não me refiro a alguém que seja muito poderoso e tenha muito dinheiro, mas sim que sua atitude seja admirável. Não importa o que faça da vida, gosto que tenha ambições e saiba se expressar. Mas também busco alguém carinhoso e autêntico, que saiba quem é e que eu possa dizer: “Ele é assim aqui e em todas as partes”. Quero alguém que me ame muito e isso é muito difícil, ainda não encontrei alguém que acreditasse em mim.

Quando está no avião ou quando chega em seu quarto na cidade que vai apresentar seu Show, se sente sozinha? 
Às vezes. Mas felizmente tenho uma ótima equipe e eles são meus amigos.

No México há dois estereótipos de mulher: A loira e a morena. Quando era ruiva despertou muitas paixões, te considera sexy? 
Já sinto saudade do tom vermelho, como quase ninguém tinha o cabelo dessa cor, me dava bem. Todas as mulheres são sexys, sempre há sensualidade. Eu não me sinto súper sexy, mas tudo está na segurança, em se mostrar como realmente é. A segurança torna a pessoa atraente.

Imagina que você é um homem, e de repente aparece na TV um vídeo de uma garota chamada Dulce María. O que te atrairia mais no corpo dessa cantora? 
Mmmh… Já sei! Que é natural e sem plásticas! Realmente muitas mulheres já fizeram. Claro, para os homens não importa se tem plástica ou não, e alguns nem se dão conta.

Que música ouve?
Eu tento ouvir de tudo. Escuto muitas coisas que o iTunes recomenda, tenho encontrado muita música não tão comerciais que também me agradam. The naked and famous eu gosto muito, Stars também e La Mala Rodríguez me encanta. Também curto bandas como Muse, Metric, The silence of love. Do México, Disco Ruido… é incrível!

Você faria algum projeto paralelo, distinto à música que faz agora?
Sim, adoraria, mas acredito que isso leva muito tempo. Agora devo me focar nisso que estou fazendo, mesmo tendo cantado por toda minha vida, tive muita exposição em novelas e às vezes as pessoas acreditam que lançei o CD só por causa disso. Quero que saibem que vou me dedicar nisso e crescer, fazer turnês importantes e levar à sério.

A fama é muito rápida, o que se pode fazer para permanecer em vigor?
Se preparar, ser real, há coisas que ultapassam a fama. O polvo Paul ficou famoso e o esqueceram, e eu não quero isso pra mim. Quero permanecer com as pessoas e isso se dá com trabalho, honestidade e amor ao que se faz. Com minha música quero dar o melhor de mim, dessa forma se pode perdurar sem ser um fenômeno, tem que se renovar sempre, como Madonna faz. Eu também gosto de cantoras como La Mala Rodríguez, que se atreve a dizer o que quer.

La Mala é muito bonita: isso serve para fazer e dizer o que quiser? 
Acho que sim. Me agrada o que diz e adoraria fazer algo semelhante, mas no meu caso é complicado. Eu não posso subir no palco e dizer: “Pessoal! Juntam-se a mim!”. Ninguém acreditaria em mim. Tenho que ser coerente, gosto do que diz La Mala, mas a mim ninguém compraria.

O que fez você decidir pela Música?
Você cresce e descobre o que gosta. Tenho muito tempo neste meio, tenho 12 anos fazendo televisão, e Roberta foi um papel que desfrutei muito, encontrei muitas coisas em comum e nem todos meus papéis foram assim. Trabalhar na televisão é muito pesado, porque você fica nas locações de filmagens das 8 da manhã à 10 da noite. A música me agrada mais, posso estar com as pessoas, sair, ser eu mesma e dizer o que sinto, um personagem  da televisão não te deixa fazer isso, é outra pessoa. Me vejo na música, e vejo claramente que me enche, mas não me cansa. Tenho muito caminho por percorrer e também muita paciência, mas isso não significa que não quero mais atuar.

Segue vendo teus ex-companheiros da RBD?
Pouco, porque temos muito trabalho. Felizmente, todos nós estamos indo muito bem, mas de repente nos encontramos, estou em contato com todos.

Se davam bem realmente?
Sim, sempre foi um tratamento muito amável.

No meio do sucesso não houve momentos de tensão entre vocês?
Sim, mas isso já passou. Nós terminamos muito bem.

Neste meio se pode ter bons amigos? 
Encontrar um amigo verdadeiro é difícil em qualquer lugar. Me considero muito afortunada por ter amigos desde a infância, mas é igualmente difícil em qualquer lugar.

Porquê acredita que criticam tanto romance entre companheiros de novela? 
Não sei, é normal, são pessoas que convivem e passa todo o tempo juntos, e de repente surgem coisas. É como o chefe e a secretária (risos), se vêem todos os dias, e isso é ruim, mas é apenas um exemplo. Acontece na escola, em todos os lugares e se está trancado há um ano ao lado de uma pessoa num set de gravação, às vezes pode ser que se apaixone.

Isso já aconteceu com você?
Não com meu parceiro na novela, mas sim com alguns colegas de trabalho. Estava alí, era o mundo em que eu vivia, é normal.

Twitter te aproxima muito dos fãs, mas também atrai críticos que esperam somente um erro e já se tornam sua vítima. Como se convive com isso? 
As redes sociais é uma arma que pode ser usada a seu favor ou contra você. Trato de estar muito próxima das pessoas, por isso tuito muito, mesmo que também me deixa muito exposta, mas valorizo a liberdade de expressão e não vou deixar de publicar a minha.  Ainda que as críticas me fazem mal, me ajudam. Tem que estar com os pés no chão e não acreditar cegamente em quem diz que é a melhor e tão pouco naqueles que dizem que é a pior.

No México essa rede social pode nos unir para protestarmos nas ruas como aconteceu em outros países?
Não sei se através do Twitter, pois no país mais da metade das pessoas não tem um computador e muito menos internet. Mas sim, acredito que nós mexicanos temos o poder de nos unirmos e tentar mudar as coisas, não de forma tão radical como no Egito, não acredito que se consiga por lá.

Tuitou recentemente que tudo o que gosta te faz mal. O que seria o que mais gosta e te faz mais mal? 
A comida… De verdade! Adoro morango com chocolate, sorvete, pizza, vinho e tudo isso que afinal de contas, faz mal. Não pense mal, quando escrevi esse tuite queria comer uns nachos com queijo. Também há ocasiões nas que você gosta de um cara e acaba sendo quem pior te trata ou ele é quem mais mal te fará. E então você sai na noitada, bebe e se solta, amanhece mal, isso também te faz mal.

Então você gosta realmente de ir à festas?
Sim, eu gosto!

Você gosta de viajar tanto?
Sim, mas não curto muito as viagens, porque estou à trabalho. Desde o Ano Novo não tiro férias. Agora aprendi de novo a subir num avião, com RBD viajávamos muito e eu sempre entro em pânico em aviões. Mas voltei a tomar gosto, se este foi meu sonho, não posso não querer viajar.

Por quê tem esse pânico?
Uma vez  um pássaro entrou na turbina do avião, apagando o motor e tivemos que aterrisar de emergência, foi muito feio. De tanto viajar me deu esse trauma de que um dia acontecerá algo ruim, mas só pensei em seguir em frente, tive que ganhar confiança e pensar que não voltará a me acontecer algo assim.

Teve um relacionamento com o jogador Guillermo Ochoa. Ele não passa por seu melhor momento como goleiro. Por que acredita que baixou seu nível com o que aconteceu? 
Já não tenho contato com ele, não nos falamos mais e não tenho nem idéia se algo aconteceu ou não. Mas tenho minha teoria, acredito que o desanimou porque não o deixaram ir na primeira vez que o procuraram da Europa.